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CORUMBÁ -MS

Publicada em: 30/09/2025 06:40 -

Corumbá (Banco de Cascalho no idioma tupi-guarani;[9] pron. AFI[koɾũˈba]) é um município brasileiro do estado de Mato Grosso do SulRegião Centro-Oeste do país. Possuía, de acordo com estimativas de 2018 do IBGE, uma população de 110 806 habitantes distribuídos por 32 259 domicílios, sendo o quarto município mais populoso de Mato Grosso do Sul. É também o 18º mais populoso do Centro-Oeste do Brasil, o 5º município fronteiriço mais populoso do Brasil (único de toda a Região Centro-Oeste a fazer fronteira com dois países) e o 285º município brasileiro em termos de população, com densidade demográfica de quase 1,80 hab/km². Com uma área de 64 721,719 km² (superior à de países como SuíçaEslovénia e Estónia), em termos de área, Corumbá é o 11º maior município brasileiro e o maior do Mato Grosso do Sul e da Região Centro-Oeste.

É uma das mais antigas cidades conservadas deste Estado considerando a data de fundação do Forte Coimbra de 13 de setembro de 1775. A criação da cidade de Santiago de Xerez de 1593 e das instalações de povoações jesuíticas da ocupação espanhola mesmo anteriores ao forte foram destruídas por bandeirantes luso-paulistas, mas com Camapuã ainda existente atualmente construída em 1650. E as disputas por território entre portugueses e espanhóis estão na origem da cidade cujo primeiro vilarejo surgiu em 1778, com o nome de Vila de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, fundada pelo sargento-mor Marcelino Rois Camponês, a mando do Governador da Capitania de Mato Grosso, o Capitão-General Luís de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres. A cidade sempre foi muito estratégica regionalmente para a entrada das mercadorias europeias e sua localização, após a serra de Albuquerque (que finaliza o Pantanal ao sul), no último trecho facilmente navegável do Rio Paraguai para embarcações de maior calado e a beira do Pantanal, que lhe garantiu um rápido e rico crescimento entre o final do século XIX e começo do século XX, quando a borracha da Amazônia passou também a ser exportada por ali. Era também um importante entreposto fluvial de Cuiabá e Cáceres, ambas importantes centros fluviais da região numa época em que só se chegava a Corumbá pelo rio, o que fez com que fosse centralizado temporariamente ali o parlamento estadual (nessa época por pouco Corumbá não foi a capital do estado).

É o mais importante porto do estado de Mato Grosso do Sul e um dos mais importantes portos fluviais do Brasil e do mundo. Situada na margem direita do rio Paraguai e também na tríplice fronteira entre o Brasil, o Paraguai e a Bolívia, Corumbá é considerada o primeiro pólo de desenvolvimento da região. Segundo o IBGE, em 2014 Corumbá possuía um PIB de cerca de R$ 3,1 bi, representando cerca de 4% do total das riquezas produzidas no estado e cerca de 0,06% do total nacional. Com isso, o município ficou em quarto lugar no estado, logo atrás da capitalDourados e Três Lagoas. Existe uma conurbação de Corumbá com mais 3 cidades: LadárioPuerto Suarez e Puerto Quijarro. Com isso existe uma rede urbana de cerca de 150 000 pessoas, sendo atendida por dois aeroportos: Corumbá e Puerto Suárez. Com arrecadação de mais de 300 milhões de reais em 2012,[10] o município de Corumbá atingiu a condição de quarta cidade com maior potencial de consumo no Estado e 318º entre as 500 com maior potencial de consumo do País com ipc de 0,044% em 2014.[11] A cidade também é a 149ª menos violenta entre os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes considerando mortes por agressão (homicídios) e em mortes violentas por causas indeterminadas (MVCI), onde registrou no estudo 34 assassinatos (31,3 mortes por 100 mil habitantes) segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)[12]

Corumbá é uma cidade conhecida por sua diversidade cultural, com influências indígenas, sul-americanas (paraguaios, bolivianos), árabes, italianas e portuguesas, que se expressam na sua culinária e na sua música. É um destino turístico importante, graças aos seus vários eventos, destacando-se o Carnaval, o Festival América do Sul, o Festival Latino Americano de Arte e Cultura, entre outros. Corumbá possui vários cognomes, que descrevem características locais. Entre elas as mais conhecidas são Capital do Pantanal (pois é a principal e mais importante zona urbana do território pantaneiro e por abrigar 60% da mesma região), Cidade Branca (da cor clara de sua terra, pois está assentada sobre uma formação de calcário, que dá a cor clara as terras), Triplice-Fronteira do Centro-Oeste (única cidade da Região Centro-Oeste do Brasil nessa situação), Capital Portuária do Centro-Oeste (principal porto da mesma região) e Capital Fronteiriça do Centro-Oeste (principal cidade fronteiriça da região). O nome da cidade é abreviado geralmente para CRBÁ ou CMB.

História

Forte Coimbra em 1900
Prédios históricos no Porto Geral

etimologia do topônimo Corumbá origina-se do termo "curiba", que segundo os dicionários Nhêengatu reportam ao que tem volume e é úmido. As serras do grupo Jacadigo, que se distribuem em partes brasileira e boliviana, o Maciço do Urucum sendo uma delas, tendo as mais altas do Mato Grosso do Sul, são conhecidas por serem grandes volumes de onde se brota água. Segundo Campestrini e Guimarães apud Isquerdo, o Almirante Leverger, governador de Mato Grosso e Barão de Melgaço, em seus escritos, chama Corumbá a parte setentrional das serras Albuquerque (Jacadigo).

Origens

Dos registros arqueológicos e conhecimentos que se tem sobre o Pantanal, sabe-se que foi povoado por grupos indígenas das línguas Arawak, Guaicuru, Jê, Macro-Jê, Tupi Guarani e Zamuco. Sítios arqueológicos registram a presença dos povos indígenas que ocupavam a região antes da colonização. A diversidade de sítios, tanto de habitação, quanto de cemitérios, revela culturas amazônicas, da platina e do chaco.

Vista de Corumbá, anos 1930. Arquivo Nacional.
Porto de Corumbá, anos 1930. Arquivo Nacional.

No século XVIII, visando a um tratado de limites existente, foi fundado pelos espanhóis em 1774 um povoado na foz de Ipané. Em 13 de setembro de 1775 foi oficialmente fundado o Forte Coimbra para a defesa da região. Em 21 de setembro de 1778, efetuou-se a ocupação do local onde se localiza atualmente Corumbá (Em 2 de setembro o local onde se encontra atualmente Ladário começou a ser povoado). Nessa mesma data, a mando do Governador da Capitania de Mato Grosso (o Capitão-General Luís de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres), o sargento-mor Marcelino Rois Camponês, que comandava uma expedição militar, adquiriu a posse da região para a Coroa Portuguesa, fundando o local e batiza de 1878, pela lei nº 525, é elevada à categoria de cidade. Já no fim do século XIX, o porto fluvial de Corumbá era o terceiro maior da América Latina e movimentava pelos vapores da rota Europa/Brasil o comércio de peles, charques e outras riquezas da região.

Geografia

Localização

O município de Corumbá está situado no sul da região Centro-Oeste do Brasil, sendo fronteiriço com a Bolívia e o Paraguai, estando a cidade localizada à beira do rio Paraguai. O município é também ponto de parada da ligação ferroviária entre o Brasil e a Bolívia, sendo a última cidade brasileira antes do território boliviano, do qual se separa por fronteira seca. Corumbá abrange 60% do Pantanal sul-mato-grossense, 37% do Pantanal brasileiro, 30% do Pantanal sul-americano e algo em torno de 10% do Chaco sul-americano. Sendo assim, considerada a capital do pantanal e a principal cidade às margens do rio Paraguai depois de Assunção, no Paraguai. Dentro do município está localizada a cidade de Ladário, que faz divisa apenas com Corumbá. Localiza-se na latitude de 19º00’33” Sul e longitude de 57°39’12” Oeste. Distâncias:

De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE,[13] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata de Corumbá.[14] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião do Baixo Pantanal, que por sua vez estava incluída na mesorregião dos Pantanais Sul-Mato-Grossenses.[15]

Geografia física

Corumbá é cercada por colinas cobertas de floresta

Os plintossolos (tipo de solo mais encontrado no pantanal) são originários de sedimentos arenoargilosos do quaternário, são pobres em húmus, com a propriedade de endurecer irreversivelmente quando submetido a ambiente oxidante e, em geral, de baixa fertilidade. A altitude na planície da região de Corumbá varia entre 100 e 200 metros. As partes mais altas que não são inundadas são chamadas de Cordilheiras (elevações arenosas, estreitas e alongadas, cobertas de vegetação do cerrado), as partes mais baixas que ficam alagadas recebem o nome de Baías (lagoas temporárias ou permanentes de dimensões e formas variadas). Corumbá está a uma altitude média de 118 metros.

O leito sinuoso e curso instável dos rios formam um grande número de ilhas, algumas de até 1 200 km² de área. O regime de fluxo de águas subterrâneas nas rochas pré-cambrianas está condicionado a existência de estruturas, que associadas às rochas carbonáticas, provocam a sua dissolução, criando aberturas maiores que facilitam o fluxo de água. As águas do rio Paraguai e do Canal do Tamengo, por apresentarem condutividade elétrica inferior a 250 mohm são classificadas como água com salinidade baixa.

O município de Corumbá possui uma vegetação rica e variada, que inclui a fauna típica de outros biomas brasileiros, como o cerrado, a caatinga e a região amazônica. A camada de lodo nutritivo que fica no solo após as inundações permite o desenvolvimento de uma rica flora. Em áreas em que as inundações dominam, mas que ficam secas durante o inverno, ocorrem vegetações como a palmeira carandá e o paratudal.

Clima

Corumbá possui clima tropical (do tipo Aw na classificação climática de Köppen-Geiger), com temperatura média compensada anual de 26 °C e precipitação média de 1 000 milímetros (mm) anuais, concentrados entre os meses de outubro e abril, sendo dezembro e janeiro os meses de maior precipitação. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes aos períodos de 1931 a 1966, setembro de 1974 a dezembro de 1990 e a partir de outubro de 1992, a temperatura mínima absoluta registrada em Corumbá foi de 0,8 °C em 22 de junho de 1933[16] e a maior atingiu 43,9 °C em 20 de setembro de 2021, sendo o recorde anterior de 43,8 °C em 15 de novembro de 1962. O maior acumulado de precipitação em 24 horas chegou a 144,9 mm em 30 de janeiro de 1987.[16][17][18]

[Esconder]Dados climatológicos para Corumbá
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 41,2 40,5 39,3 38 36,9 36,5 36,9 40,6 43,9 43,4 43,8 41,4 43,9
Temperatura máxima média (°C) 33,7 33,3 33 31,8 28,9 28 28,6 30,5 32,3 34,1 34 34,2 31,9
Temperatura média compensada (°C) 27,9 27,5 27,2 25,9 23,3 22,1 22 23,8 25,6 27,5 27,7 27,9 25,7
Temperatura mínima média (°C) 23,8 23,7 23,6 21,8 19,2 17,9 17,5 18,8 20,6 22,8 23,1 23,4 21,4
Temperatura mínima recorde (°C) 14,6 14,6 13,3 8 5,4 0,8 1,4 3,3 7 10,2 10,6 12 0,8
Precipitação (mm) 155,3 134,3 126,5 65,7 50,3 17,3 23,1 26,9 40,4 86,2 117,5 154,5 998
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 12 10 10 6 4 2 2 2 4 7 8 10 77
Umidade relativa compensada (%) 78,9 80,2 81,4 79,1 77,9 76,5 - 67,5 63,3 70,6 - 75,3 -
Insolação (h) 210,4 185,3 203,9 220,4 212,7 204,2 235,6 201 187,5 217,5 216 234,1 2 528,6
FonteINMET (normal climatológica de 1981-2010; recordes de temperatura: 1931 a 1966, 01/09/1974 a 31/12/1990 e 01/10/1992-presente)[16][17][18][19]

Geografia política

fuso horário é de menos uma hora com relação a Brasília e de menos quatro horas ao Tempo Universal Coordenado (menos três durante o Horário de Verão). Possui atualmente área total de 64 721,719 km². A área urbana totaliza 21,57 km² segundo a Embrapa Monitoramento por Satélite.

Limites

Demografia

população de Corumbá se mantém em crescimento quase constante desde 1980, com taxas médias geométricas de crescimento anual abaixo de 2%, segundo os resultados dos Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000, nos quais se verificam taxas de 0,78%, 0,76%, e 1,81%, respectivamente. Nos últimos anos, em razão de uma melhor qualidade de vida, a população está envelhecendo e a taxa de fecundidade está diminuindo.[7] A população corumbaense, segundo fontes do Censo de 2010 do IBGE, soma no total 103 772 habitantes, sendo o mais populoso centro urbano pantaneiro. Desse total, 93 452 residem na zona urbana (90,06%) e 10 251 na zona rural (9,88%). Ao mesmo tempo, 52 285 eram homens (50,38%) e 51 418 eram mulheres (49,55%). A densidade demográfica era de 1,6 habitantes por quilômetros quadrado.[21] Ainda segundo o censo de 2010, entre os mais de 103 mil habitantes, 29.000 (27,96%) eram brancos, 7.367 (7,10%) eram pretos, 1.252 (1,21%) eram amarelos, 65.685 (63,34%) eram pardos e 398 (0,38%) indígenas.[22]

Cinco anos depois, com 108 656 habitantes em 2015,[23] o município é o 4º mais populoso do estado. O município é suplantado apenas por Campo GrandeDourados e Três Lagoas em população estadual. No Brasil está em 281º lugar e também é o 18º município mais populoso do Centro-Oeste do Brasil. Corumbá também foi incluída em um estudo divulgado em 2017 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que analisa taxas de homicídios. Segundo o estudo, a cidade está entre as 150 cidades menos violentas (149ª posição) entre os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. Considerando mortes por agressão (homicídios) a cidade registrou no estudo 31 assassinatos (28,5 mortes por 100 mil habitantes) e em mortes violentas por causas indeterminadas (MVCI) 3 assassinatos (2,8 mortes por 100 mil habitantes). No somatório de ambos os índices totalizou 34 assassinatos (31,3 mortes por 100 mil habitantes).[12]

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