Denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentar coagir o Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir uma anistia ampla ao pai, Eduardo Bolsonaro não recua. O deputado segue intensificando suas investidas junto ao governo Donald Trump, mostrando que pretende dobrar a aposta nas ações internacionais.
Apesar do gesto de abertura do presidente dos EUA, que iniciou um canal de diálogo com Lula, Eduardo não se intimidou. Segundo a coluna de Bela Megale para ‘O Globo’, o parlamentar continua a pressionar autoridades brasileiras por meio de ameaças de novas sanções.
Gilmar Mendes no radar
Desde a semana passada, Eduardo passou a direcionar suas tratativas ao decano do STF, Gilmar Mendes. As declarações públicas do ministro em defesa de Alexandre de Moraes e o apoio às manifestações contra a PEC da Blindagem o colocaram como novo alvo do filho de Jair Bolsonaro.
— “As manifestações de hoje contra a anistia dos atos golpistas são a prova viva da força do povo brasileiro na defesa da democracia…” — escreveu Mendes em suas redes sociais.
Mensagens da Polícia Federal mostram que o ex-presidente chegou a pedir que Eduardo evitasse críticas a Gilmar. Atualmente, pai e filho estão proibidos de se comunicar devido à investigação em ação penal conjunta.
Estratégia de pressão internacional
No fim de julho, Eduardo e o ex-apresentador Paulo Figueiredo tentaram excluir Gilmar e Barroso de punições via Lei Magnitsky, movimento mal recebido no STF. Agora, a estratégia mira familiares e sócios do decano, com discussões sobre possíveis sanções adicionais.
No tribunal, tais ações são interpretadas como tentativa de coagir a corte a livrar Bolsonaro da prisão, após sua condenação a 27 anos por tentativa de golpe de Estado.
Nesta segunda-feira, Alexandre de Moraes destacou que Eduardo está nos EUA para “reiterar a prática criminosa e evadir-se de possível responsabilização judicial”, determinando sua notificação por edital em função da denúncia da PGR.