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REGIÃO SUDESTE 4º VITORIA - ES

Publicada em: 12/10/2025 14:21 -

Vitória é um município brasileiro, capital do estado do Espírito Santo, na Região Sudeste do país. É uma das três capitais do país cujo centro administrativo e a maior parte do município estão localizados em uma ilha, no caso, a Ilha de Vitória[7] (as outras ilhas-capitais são Florianópolis, em Santa Catarina, e São Luís, no Maranhão). Situada a 20º19'09' de latitude sul e 40°20'50' de longitude oeste, Vitória se limita ao norte com o município da Serra, ao sul com Vila Velha, a leste com o oceano Atlântico e a oeste com Cariacica.

Com uma população de cerca de 340 mil habitantes, segundo estimativas de 2024 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade é a quarta mais populosa do estado (atrás dos municípios limítrofes de sua região metropolitana: Vila VelhaSerra e Cariacica) e integra uma metrópole denominada Grande Vitória, com cerca de 2 milhões de habitantes. Vitória é cercada pela Baía de Vitória e é uma ilha de tipo fluviomarinho, mas outras 34 ilhas e uma porção continental também fazem parte do município, perfazendo 97 km². Da área total, 46 km² estão em perímetro urbano.[1] Originalmente eram 50 ilhas, muitas das quais foram agregadas por meio de aterro à ilha maior.

A cidade tem o quinto maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre todos os municípios brasileiros. Em 2015, foi considerada a segunda melhor cidade para se viver no Brasil pela Organização das Nações Unidas (ONU).[8] Em uma pesquisa de 2017, Vitória foi classificada como a terceira melhor capital brasileira para se viver.[9]

A capital capixaba também foi eleita a cidade com o melhor capital humano do Brasil, segundo a revista Exame.[10] Segundo estudo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon feito em 2017, a cidade é a nona melhor cidade para se envelhecer no país.[11] Além disso, Vitória tem o melhor índice de bem-estar urbano entre as capitais brasileiras e possui sete entre os 20 melhores bairros de todo país por IDH-M.[12]

História

Primeiros povos

Centro histórico.

No século XVI, quando os primeiros exploradores portugueses chegaram à região da atual Vitória, a mesma era disputada por três grupos indígenas diferentes: os goitacás (procedentes do sul), os aimorés (procedentes do interior) e os tupiniquins (procedentes do norte). O donatário português da capitania do Espírito SantoVasco Fernandes Coutinho, fundou, em 1535, a atual cidade de Vila Velha, cujo nome na época era Vila do Espírito Santo,[13] que passou a ser a capital da capitania.[14]

Devido aos constantes ataques indígenas, franceses e holandeses à cidade fundada por Coutinho, os portugueses decidiram transferir a capital da capitania para a Ilha de Santo Antônio, na Baía de Vitória. A ilha era chamada pelos índios de Ilha de Guanaani. Em 8 de setembro de 1551, após uma vitória portuguesa contra os goitacás e aimorés, a cidade foi renomeada como Vila da Vitória, nome posteriormente alterado para Vitória em 17 de março de 1823.[15]

Consolidação

Vista da cidade de Vitória (c. 1903)

Até o século XIX, os limites da capital capixaba eram o atual Forte de São João, onde atualmente está localizado o Clube de Regatas Saldanha da Gama, próximo ao Centro da cidade, e o morro onde funciona o atual hospital da Santa Casa de Misericórdia, no bairro Vila Rubim. A cidade foi sendo construída nas partes altas, o que deu origem a diversas ruas estreitas. A parte de baixo foi sujeita a ataques e, devido a isso, foram construídos vários fortes na beira do mar.[16]

Vitória em 1937. Arquivo Nacional.

Em 24 de fevereiro de 1823 (17 de março de 1829), a vila de Vitória foi elevada a cidade, mas seu isolamento insular evitava seu desenvolvimento. A partir do ano de 1894, com o ciclo do café, iniciaram-se, na ilha, diversos aterros nas partes baixas da cidade, alterando a forma da ilha e modernizando-a. Foram construídos, após disso, diversos bairros e escadarias e foram derrubados casarões. Além disso, foi melhorado o saneamento.[16]

Em 1941, surgiu o primeiro cais na capital e, em 1927, a ponte que ligou a ilha ao continente. O porto se desenvolveu. Em 1949, foram feitos mais aterros e foram construídas amplas avenidas. Depois dessas várias mudanças, a cidade tornou-se o maior centro do Espírito Santo. Em 1970, o Porto de Vitória se tornou um dos mais importantes do país, e a capital começou a se industrializar. A modernização da ilha gerou o desaparecimento de quase todos os vestígios da Colônia e do Império na ilha.[16]

Geografia

A cidade vista do Parque da Fonte Grande.

De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE,[17] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata de Vitória.[18] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Vitória, que por sua vez estava incluída na mesorregião Central Espírito-Santense.[19]

Clima

clima vitoriense é caracterizado, segundo o IBGE, como tropical quente super-úmido[3] (tipo Aw segundo Köppen), com invernos amenos e chuvas concentradas entre a primavera e o verão, quando as temperaturas ficam elevadas.[4] A temperatura média anual é de 25 °C, porém as temperaturas podem variar muito no inverno, podendo chegar aos 30 °C em épocas de grande seca, e 20 °C quando ocorrem tempestades. Devido à Corrente Fria das Malvinas, Vitória empata com o Rio de Janeiro como a capital brasileira com menores taxas de precipitação pluviométrica,[20] sendo que na cidade é de aproximadamente 1 400 milímetros.

Vitória é a cidade que apresenta as menores amplitudes térmicas de todo o Espírito Santo.[20] Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1931 a menor temperatura registrada em Vitória foi de 11,6 °C em 19 de maio de 2022,[21] contudo o recorde absoluto ocorreu antes desse período, em 21 de julho de 1929, quando a mínima foi de 10,3 °C.[22] A maior temperatura atingiu 39,6 °C em 25 de fevereiro de 2006.,[21] O maior acumulado de precipitação em 24 horas chegou a 212 mm em 19 de março de 1975.[23] Outros acumulados iguais ou superiores a 150 mm foram: 198,6 mm em 18 de maio de 2019, 196,9 mm em 24 de junho de 1969, 182,2 mm em 6 de janeiro de 2004, 171,2 mm em 19 de março de 2013, 167,6 mm em 10 de janeiro de 1992 e 152,4 mm nos dias 12 de dezembro de 1977 e 9 de novembro de 2018. Desde 1961, dezembro de 2013 foi o mês de maior precipitação, com 713,9 mm acumulados.[21]

[Esconder]Dados climatológicos para Vitória
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 39 39,6 37,2 37,2 36,9 35 34 34,9 37,6 37,4 38,7 38 39,6
Temperatura máxima média (°C) 31,4 32 31,4 30,1 28,2 27,4 26,7 26,9 27,4 28,3 28,7 30,3 29,1
Temperatura média compensada (°C) 27,1 27,5 27,1 25,9 24 23,1 22,5 22,6 23,4 24,4 25 26,3 24,9
Temperatura mínima média (°C) 24,1 24,4 24 22,9 21,1 20,1 19,6 19,7 20,5 21,5 22,2 23,3 22
Temperatura mínima recorde (°C) 17,4 19 18,1 16,5 11,6 13,1 13,1 13,1 12 14,7 14,2 17,2 11,6
Precipitação (mm) 131,2 79,4 139,5 122,9 92,4 70 67,5 59,9 63,1 123,9 233,6 201 1 384,4
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 9 7 9 8 7 7 7 7 8 9 12 11 101
Umidade relativa compensada (%) 77,2 75,8 76,9 77,5 76,6 77,7 77,1 74,9 76,8 76,1 79,2 78,4 77
Insolação (h) 210,8 218,9 206,6 184 187,1 184,3 186,8 196,6 166,5 165,5 140,2 167,6 2 214,9
FonteINMET (normal climatológica de 1991-2020; umidade relativa: 1981-2010;[24] recordes de temperatura: 1931-presente)[25][21][26][27]

Demografia

Crescimento populacional
Censo Pop.  
1872 16 157  
1890 16 887   4,5%
1900 11 850   −29,8%
1920 21 866   84,5%
1940 45 212   106,8%
1950 50 922   12,6%
1960 85 242   67,4%
1970 136 391   60,0%
1980 215 073   57,7%
1991 258 243   20,1%
2000 291 941   13,0%
2010 327 801   12,3%
2022 322 869   −1,5%
Censos demográficos do
IBGE (1872-2022).[28][29]

Composição racial

Segundo o censo de 2010, 158.179 vitorienses (48%) se autodeclaram como brancos, 136.704 (42%) como pardos, 29.653 (9%) como negros, 2.062 (0,62%) como amarelos e 1.203 (0,38%) como indígenas.[30]

Religião

Catedral Metropolitana de Vitória.

catolicismo é a religião mais professada em Vitória, assim como em todo o Espírito Santo, e de maior influência política e social. Nossa Senhora da Penha é considerada pelos católicos a padroeira do Espírito Santo. Entre os principais templos católicos da cidade, estão a Capela de Santa Luzia (erguida no século XVI, é a construção mais antiga do município); a Igreja de São Gonçalo (construída em 1766 pelas irmandades de Nossa Senhora do Amparo e da Boa Morte); a Igreja do Rosário (tombada pelo patrimônio histórico, foi erguida no século XVIII); a Igreja e Convento do Carmo (fundada em 1682 pelos padres carmelitas), a Basílica-Santuário de Santo Antônio (construída na década de 1960 pelos padres pavonianos) e a Catedral Metropolitana de Vitória, cuja construção foi iniciada na década de 1920.[31]

 

Segundo o censo brasileiro de 2022, a composição religiosa da cidade era de 49,01% católicos, 27,99% evangélicos ou protestantes, 2,58% espíritas, 0,77% umbandistas ou candomblecistas, 0,01% religião tradicional, 4,73% outras religiões, 14,79% irreligiosos, 0,02% desconhecidos e 0,1% não declarados.[32]

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