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Polícia Federal aponta Rodrigo Manga como líder de organização criminosa e beneficiário de esquema

Publicada em: 12/11/2025 05:37 -

O afastamento do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) do cargo em Sorocaba (SP) por 180 dias foi determinado com base em um documento da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) que o descreve como líder de uma organização criminosa voltada à corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo contratos públicos firmados durante sua gestão.

📄 Principais pontos do documento:

1. Envolvimento direto do prefeito

O relatório da PF afirma que as atividades ilícitas estão diretamente ligadas ao exercício do cargo de prefeito, com início em janeiro de 2021, logo nos primeiros dias do mandato de Manga.
Segundo o documento, o prefeito era o líder e principal beneficiário das práticas delituosas, o que justificou a medida de afastamento temporário para interromper os crimes em andamento dentro da administração municipal.

"O investigado Rodrigo Manga é o líder do grupo criminoso investigado e principal beneficiário das práticas delitivas (...). A suspensão da função pública se mostra de suma importância para interromper os crimes praticados no âmbito da Administração Pública Municipal de Sorocaba."


2. Mecanismo de lavagem de dinheiro

A investigação aponta que o grupo utilizava contratos de publicidade falsos para dar aparência de legalidade a recursos ilícitos.

Esses contratos eram celebrados entre a empresa 2M Comunicação e Assessoria — registrada em nome da esposa do prefeito, Sirlange Rodrigues Frate — e outras pessoas jurídicas controladas por aliados e familiares.

Entre as empresas e entidades envolvidas:

  • Sim Park Estacionamento Eireli, de Marco Silva Mott, empresário ligado ao prefeito;

  • Igreja Cruzada dos Milagres dos Filhos de Deus, administrada por Josivaldo de Souza (cunhado de Manga) e Simone Rodrigues Frate Souza (irmã de Sirlange).

Os investigadores descrevem esses contratos como “ficção” e “estratagema”, criados apenas para reintroduzir na economia valores de origem ilícita.

“Os contratos de publicidade firmados pela empresa da esposa do prefeito com as pessoas jurídicas acima relacionadas não passam de ficção, um estratagema elaborado com a finalidade de reinserir na economia formal os vultosos valores de origem ilícita.”


3. Valores movimentados

Os montantes identificados até o momento são expressivos:

  • R$ 448,5 mil pagos pela Sim Park Estacionamento;

  • R$ 780 mil pagos pela Igreja Cruzada dos Milagres dos Filhos de Deus — ambos em parcelas mensais.

Esses valores foram considerados parte do esquema de lavagem de dinheiro vinculado à administração municipal.


4. Prisões e Operação “Copia e Cola”

 

O afastamento do prefeito ocorreu na segunda fase da Operação Copia e Cola, deflagrada na quinta-feira (6) pela PF.
Nessa etapa, o cunhado do prefeito, Josivaldo de Souza, e o empresário Marco Silva Mott foram presos.
A operação investiga fraudes em contratos públicos de comunicação e desvio de recursos municipais.

 

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