COP30: Rede Territórios Amazônicos apresenta manifesto por restauração socioambiental justa
Durante o painel “Caminhos para uma restauração socioambiental justa para povos e comunidades tradicionais”, realizado nesta sexta-feira (15) na AgriZone, espaço da Embrapa na COP30, em Belém, a Rede Territórios Amazônicos lançou um manifesto que será encaminhado a autoridades e executivos na Blue Zone. O documento reúne demandas de povos amazônicos, comunidades tradicionais e agricultores familiares, defendendo que a restauração ambiental só será efetiva com o fortalecimento dos territórios e de seus protagonistas. A Rede é formada pela Embrapa, UFPA, UFRA e Cirad (França).
Diversidade de vozes e saberes
O painel reuniu representantes de toda a Amazônia, além de participantes da Colômbia e do Peru, que compartilharam práticas que integram ciência, tradição, inovação e gestão comunitária.
A agricultora Jaqueline Silva, de Primavera (PA), emocionou o público ao relatar experiências de organização comunitária feminina, como reaproveitamento de resíduos têxteis e ações de educação ambiental. “Agricultor planta para preservar, e nosso conhecimento também tem valor”, afirmou.
Protagonismo da juventude
O jovem líder Ricardo Ares destacou que a restauração só é transformadora quando nasce do pertencimento e da identidade dos territórios. Segundo ele, seu coletivo trabalha para construir novas narrativas sobre a floresta, contrapondo visões exclusivamente mercadológicas.
Experiências internacionais
Da Colômbia, Angélica Rojas apresentou iniciativas voltadas a 500 famílias afetadas pelas mudanças climáticas, defendendo ações integradas que envolvam governança, resolução de conflitos fundiários e permanência no campo.
Do Peru, José Lara relatou a transição de agricultores para sistemas agroflorestais resilientes, com foco em sucessão geracional e produtividade sustentável.
Papel do Estado
O gestor Anderson Serra, da Secretaria de Agricultura Familiar do Pará, reforçou a importância das comunidades tradicionais nas políticas públicas de restauração e defendeu maior investimento estatal e fortalecimento das organizações rurais.
