📌 Resumo Objetivo
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cancelou a sabatina de Jorge Messias, indicado por Lula para o STF.
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A sabatina estava marcada para 10 de dezembro, mas o governo não enviou a mensagem formal da indicação ao Senado — requisito indispensável para que o processo tramite legalmente.
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Alcolumbre classificou a ausência do documento como “grave”, “sem precedentes” e uma “interferência” no cronograma do Legislativo.
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Sem a mensagem formal, poderia haver vício regimental, então a CCJ e a Presidência do Senado decidiram cancelar o calendário.
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Nos bastidores, é sabido que Alcolumbre defendia a indicação de Rodrigo Pacheco — e não a de Messias.
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O governo, percebendo risco de derrota na sabatina, prefere adiar o processo para reorganizar apoios.
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Lula deve se reunir com Alcolumbre para tentar pacificar a crise e viabilizar a indicação.
🔍 Análise Política
A situação expõe três tensões simultâneas:
1. Crise entre Executivo e Senado
A ausência do envio formal da indicação não foi um “esquecimento”. É uma estratégia política:
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O governo percebeu risco real de Messias perder na CCJ ou no plenário.
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A indicação só começa a tramitar após o envio da mensagem. Sem isso, Lula segura o processo para reorganizar apoios.
A reação pública de Alcolumbre — dura e incomum — mostra que ele se sentiu desprestigiado.
2. Conflito de preferências pessoais
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Alcolumbre trabalhava a favor de Rodrigo Pacheco como indicado ao STF.
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Lula descartou essa articulação e confirmou Jorge Messias, seu advogado-geral da União.
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Isso gera desgaste porque Alcolumbre é o maior operador de sabatinas do Senado.
3. Risco de derrota inédita
Uma rejeição ao nome do presidente para o STF seria:
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Histórica
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Politicamente desastrosa para Lula
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Um aumento gigantesco do poder do Senado, especialmente de Alcolumbre
Segundo a CNN, hoje o governo não tem votos garantidos nem na CCJ nem no plenário.
Daí a estratégia: segurar o envio da indicação até recompor apoios — isso inclui cargos, emendas, alianças e conversas diretas.
🎯 O que esperar agora?
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Lula deve conversar pessoalmente com Alcolumbre para tentar reconstruir confiança.
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O envio da mensagem só deve ocorrer quando o governo tiver certeza de que há votos suficientes.
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Até lá, o cronograma fica paralisado.
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É possível que Lula faça concessões políticas significativas para destravar a sabatina.
O presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (União-AP), cancelou a sabatina de Jorge Messias, indicado para o STF (Supremo Tribunal Federal) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A sessão estava agendada para o próximo dia 10. “No entanto, após a definição das datas pelo Legislativo, o Senado foi surpreendido com a ausência do envio da mensagem escrita referente à indicação, já publicada no Diário Oficial da União e amplamente anunciada”, afirmou. Alcolumbre classificou “essa omissão” como “grave e sem precedentes”. “É uma interferência no cronograma da sabatina, prerrogativa do Poder Legislativo”, disse. “Para evitar a possível alegação de vício regimental no trâmite da indicação -- diante da possibilidade de se realizar a sabatina sem o recebimento formal da mensagem --, esta Presidência e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) determinam o cancelamento do calendário apresentado”. No fim de semana, o presidente do Senado divulgou uma nota que diz ser ofensivo insinuar que cargos e emendas resolvem a aprovação da indicação de Jorge Messias ao STF. Embora o presidente tenha feito a indicação, a escolha ainda não foi formalizada com o envio da mensagem presidencial ao Congresso. A decisão de Lula desagradou o presidente do Senado, que defendia a escolha de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Alcolumbre marcou a análise do nome no Senado para 10 de dezembro e Messias tem se reunido com congressistas nas últimas semanas para buscar a tempo da sabatina. Como mostrou a CNN Brasil, o governo tenta adiar a análise da indicação para evitar uma derrota histórica. Interlocutores indicam que Lula deve marcar um encontro com o presidente do Senado para comunicar a escolha e tentar acalmar os ânimos.
